2 de agosto de 2015
Moradora de Artur Nogueira revela livro escrito por avô que dizia ter sido abduzido por ETs
Texto escrito nos anos 70 por Samuel Freire relata existência de novo planeta e profecias para o Brasil.
Por Isadora Stentzler
Gabriela Freire Trombetta Calheiros foi a única da família Freire a vir para Artur Nogueira. A professora que mora hoje no bairro São Vicente, era a neta favorita de seu Samuel Freire, por isso guardou um tesouro deixado pelo velho: um livro sobre o planeta Argêoton que ele afirmava ter visitado em setembro 1973. “Ele sumiu por uma semana e quando voltou, trancou-se em um quarto e não saiu até que escrevesse tudo.” São 568 páginas escritas a mão com profecias sobre o Brasil a partir da década de 90. Algumas, curiosamente, teriam se cumprido.
Diz-se que o fato aconteceu assim: às 10h30 de uma sexta-feira do mês de setembro de 1973, num local em que já havia acontecido diversos casos inexplicáveis, seu Samuel havia levado uma turma de trabalhadores para a cidade de Frutal (MG). Na sua volta, à meia-noite, quando passava no local fatídico, foi interceptado por um extra terrestre que lhe levou para uma nave espacial. O destino era visitar Argêoton, o ‘Planeta Dourado’, que ficava na segunda galáxia do Universo a 2.592.000.000 de quilômetros de distância. Na nave ele teria feito amizade com a recepcionista, uma socióloga, e com toda a equipe da tripulação. Ainda participou de uma ceia familiar, “tradição dos deuses do universo”.
O livro conta com detalhes a experiência. Ao chegar na nave Samuel teria passado por uma cirurgia em que foi mexido na parte do cérebro que responde pela memória, para não esquecer das experiências vividas durante a viagem, e teria sido nomeado embaixador da Terra.
O primeiro alienígena, aquele que lhe conduziu à nave, é descrito como uma fera de olhos azuis faiscantes, capacete com antenas nas cores verde e vermelha e 1,65 de altura – tamanho padrão de todos os moradores de Argêoton. Ele vestia um macacão e por cima dele um manto cheio de escamas nas cores verde e marrom.
“Hoje escrevo tudo com a máxima naturalidade e relato os fatos sem fantasias. Vejo que depois de tudo o que passei e senti, se não tive um colapso, é porque fui escolhido para aquela grande missão. A qual estou descrevendo, após alguns meses passados, mesmo sabendo que hoje é sete de janeiro de 1974 e somente depois de vinte anos poderei fazer a divulgação desta super aventura vivida por mim.”
Todos estes relatos estão na obra. Lá Samuel escreveu que os alienígenas lhe pediram segredo por 20 anos e que o caso fosse revelado só a partir de 1993.
A família que soube de tudo, ainda se divide, ri, duvida, mas acredita que algo tenha acontecido com o Samuel. “Desde que me conheço por gente conheço essa história”, conta a neta Gabi, que hoje tem 27 anos. “Não posso dizer se isso aconteceu ou não, mas o que eu sei é que foi uma verdade muito grande para ele. Sempre que ele recontava a história para alguém mantinha os detalhes. Não mudava nada.”
Seu Samuel morreu em 2008, aos 73 anos. Na casa dele, a neta conta que haviam várias réplicas da nave, coisa que ele fazia com sucata. A abdução teria acontecido na chapada de Planura. Devido ao pedido dos alienígenas a história só veio à tona em outubro de 1993, quando ele já vivia em Poços de Caldas (MG).
Os jornais da cidade divulgaram o caso:
Na época Samuel foi em lan houses para que os manuscritos fossem digitados e cópias do livro fossem entregues à população.
Mas o que sempre marcou Gabriela era que seu Samuel frisava: “Vou levar essa história ao máximo de pessoas possíveis.”
Na obra chamada ‘Argêoton o Planeta Dourado’, Samuel transcreveu diálogos inteiros e ainda apontou os conselhos dados pelos alienígenas. Ele se questiona no início do livro: “Eu, um homem de 39 anos, casado, pai de quatro filhos, de profissão motorista, somente com curso ginasial. O que realmente eles querem de mim?”
Nos relatos ele fala da rotina do planeta, alimentação e aspectos políticos. São descritos muitos robôs e uma tecnologia muito à frente da que o Brasil possuía na década de 70.
Entre as conversas se sobressaltam profecias para seis estados brasileiros e a missão de Samuel: ‘Você vai mostrar que potência não é ter dinheiro, não é escravizar pequenas nações, não é ter estoque de armamento para destruir a casa do seu vizinho. Potência para nós é ter para dar. É ajudar e amar, é respeitar o direito do cidadão por mais simples que ele seja, é ter Deus em nossos corações e não levá-lo amarrado numa cruz pelas ruas e depois jogá-lo em qualquer lugar nas igrejas”.
Em vários outros trechos os alienígenas teriam confirmado a existência de Deus, além de criticar o egoísmo humano: “Será possível que eles [humanos] possam pensar que o pai universal criou tudo o que eles veem em cima de suas cabeças somente para enfeitar o planeta terra?”.
Nas profecias escritas em 70 é dito que São Paulo seria um estado que sofreria com enchente e alto grau de população. Além disso teria um número preocupante de desempregados e uma super lotação de criminosos. A cidade de São Paulo também teria problemas com saúde devido ao calor e poluição. Os alienígenas imploraram que Samuel levasse a mensagem às autoridades pois, de acordo com os relatos, se não fosse feito algo a situação pioraria depois do ano de 1997.
O Rio de Janeiro seria palco de grandes violências. “E seu exército terá de invadir, a fim de acabar com os celeiros de drogas”, diz trecho. Minas Gerais começaria a sofrer pelo insuportável calor, além de ser palco para grandes lutas fazendárias. Bahia, disseram, deve grande tributo a Deus e Seu filho. O Amazonas, também foi citado nos escritos como profecia. E Ceará, que fica de frente à Argêoton, é um lugar em que “o povo deve se unir e exigir providências de açude, poços artesianos e transporte de água.
Uma das profecias que saltam os olhos é a de que o Brasil seria palco em 1992 de um grande evento de ecologia, ano em que ocorreu a Rio-92. E a revelação: em três planetas do sistema solar existem vida, ar, rios, matos e vulcão. Não é citado o nome dos planetas.
“Hoje sua geração está destruindo tudo. Seus rios não tem mais peixes e suas águas estão contaminadas. Suas experiências nucleares abalam o eixo da terra provocando vendavais, maremotos e terremotos. Vai chegar um momento em que as nações não aguentarão o calor, uma delas é a sua. Aqui [Argêoton], a vida é sagrada. Ninguém pode tirar a vida de um ser”, frisaram os alienígenas.
Gabriela diz que as mensagens são lindas. Mesmo seu avô tendo pouca escolaridade escreveu muito bem a história. “Pode ter sido um trauma, algo que ele passou e escreveu dessa forma. Não sei. Nunca o julguei. Mas o que se fala é que ele realmente sumiu por uma semana e voltou avoado, preocupado e depois escreveu.”
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