sexta-feira, 15 de julho de 2016

Temer decide que aviões podem jogar VENENO em cima do Povo Brasileiro,causando enormes MORTES..

Governo decide permitir que joguem veneno em cima de nossas cabeças

POR  ATUALIZADO EM 13/07/2016
iStock | filipefrazao
iStock | filipefrazao
Os fabricantes de agrotóxicos fizeram lobby, a Câmara dos Deputados votou, o presidente em exorcismo Michel Temer sancionou e o Diário Oficial publicou, no final do mês passado. Ficou decidido que o governo brasileiro permitirá que se jogue inseticida de aviões sobre as cidades, para controlar a população do Aedes aegypti e, com isso, conter epidemias como a zika e a dengue, que certamente voltarão a se espalhar no próximo verão. Mesmo com todos os pareceres técnicos indicando que não é uma boa ideia. Com isso, o excesso de contaminação por agrotóxicos, que já é um problema sério nas zonas rurais do Brasil, pode passar a afetar também as populações urbanas.
“É um grande retrocesso”, diz a pesquisadora Larissa Mies Bombardi, especialista em geografia agrária na USP, que está se preparando para publicar um atlas dos agrotóxicos no Brasil em setembro. “Enquanto a União Europeia já baniu a pulverização aérea inclusive nas zonas rurais, no Brasil estamos falando em legalizar em zonas urbanas.”
Larissa diz que a situação dos agrotóxicos no Brasil já era assustadora mesmo antes da nova lei. “Houve 2.181 intoxicações por agrotóxicos de crianças e adolescentes entre 2007 e 2014 no país. Além disso, 342 bebês de até 1 ano de idade foram intoxicados”, diz ela, frisando que esses números provavelmente estão imensamente subdimensionados (estima-se que a subnotificação no Brasil seja tão gigante que o número real seja 50 vezes maior). “Quando comparamos o mapa do agronegócio no Brasil com o mapa dessas intoxicações, fica óbvia a correlação. Os casos acontecem nas mesma regiões onde ocorre agricultura de larga escala, com farto uso de agrotóxicos e técnicas como a dispersão aérea”, diz.
Os dois mapas do Atlas dos Agrotóxicos deixam claro que há uma correlação entre uso de agrotóxicos e casos de intoxicação.
Os dois mapas do Atlas dos Agrotóxicos deixam claro que há uma correlação entre uso de agrotóxicos e casos de intoxicação.
O problema é que a dispersão aérea é tremendamente imprecisa. Venenos atirados de um avião estão sujeitos a se espalhar de maneira imprevisível. Tanto que se recomenda que jamais se adote a técnica a menos do que 500 metros de um rio ou de uma habitação – recomendação impossível de ser cumprida numa cidade. Ainda mais se o objetivo for matar o Aedes aegypti, um inseto que vive dentro das casas de seres humanos.
Os venenos usados para controlar o aedes contêm várias substâncias bastante nocivas para a saúde, como o larvicida pyriproxyfen, o inseticida e acaricida malationa e o inseticida fenitrotiona, que já são utilizados na agricultura. As crianças brasileiras já são submetidas a taxas altas demais dessas substâncias: o Brasil é o país que mais consome agrotóxicos no mundo e tem pouquíssimo controle sobre os efeitos disso e a dispersão das substâncias na natureza. Atirá-las do céu só vai piorar o problema.
É claro que é importante e urgente controlar a população do aedes e conter as epidemias. Mas essa urgência não pode virar justificativa para colocar a população toda em risco. “Usa-se o discurso da defesa das crianças, que correm risco com a zika, para justificar a mudança na lei. Mas o agrotóxico pode ser tão nefasto à infância quanto as doenças em si”, diz a geógrafa.
A verdade é que pulverizar inseticida no país inteiro é uma tentativa de tomar um atalho para resolver uma emergência na saúde pública. “Quando na verdade sabemos que o problema é outro: falta de saneamento básico”, afirma. Quer que o aedes não infeste o país? Só tem um jeito: urbanizar, levar água encanada e esgoto tratado para todas as periferias superpopulosas do Brasil. Enquanto isso não for feito – e é viável fazer se houver um projeto nacional nessa direção – os mosquitos terão no Brasil um hábitat perfeito para se reproduzirem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário